Pão | Café | Cigarro

Poesia escrita e narrada por Companheiro R., em 14 de julho de 2017:

“Pão Café Cigarro”


Pão, café, cigarro,

“Bom dia, Seu João,

R$4,30 tu paga no busão.“

Tá sentado, apertado,

Mas o ponto,

É logo ali do lado.


3 horas de viagem.

Calma,

Que ainda tem metrô lotado,

Sem Malandragem,

Tá tudo errado!


Bate o ponto,

É cobrado,

“Seu Jorge…

Porque tu chegou atrasado?“


“Ô Patrão, não sei o que dizer…”

Pão, café…

Será que comer é o problema?

Ou o problema é o Estado?


Meio-dia,

Bate o ponto,

É o almoço.

A marmita do peão pra aguentar,

Mas um dia de labuta.


Cigarro, café…

Pausa pra respirar…

“Õ , Seu Jorge, vai trabalhar o vagabundear?”

“Pô, Patrão, são só 5 minutinhos…

Eu preciso descansar.“


Bate o ponto,

20 horas.

Metrô, busão lotado, R$4,30…


Mais um dia de agonia,

Não pude ir na padaria,

Hoje a janta não se sabe o que é,

Mas se tirar da marmita,

Amanhã eu não aguento ficar de pé.


Meia-noite.

Vai se deitar Seu Jorge,

Um peão que acorda às 3h pra trabalhar,


  • Pão, café cigarro - 

Pra poder pagar a marmita de cada dia,

E a noite ficar a revelia,

De pães amassados,

Pelo Endiabrado,


Que decide quem come todo dia,

E quem deixa de se alimentar. “




Inspiração: Poesia escrita e narrada por Companheiro R., em 14 de julho de 2017.

Música: ‘Piano Free’


Assista ao vídeo: https://kolektiva.media/w/opVupuzKp8ifTKTWCVmMu7




“Porque nenhuma fronteira do mundo pode barrar a Revolução Social.”


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