“Pão Café Cigarro”
Pão, café, cigarro,
“Bom dia, Seu João,
R$4,30 tu paga no busão.“
Tá sentado, apertado,
Mas o ponto,
É logo ali do lado.
3 horas de viagem.
Calma,
Que ainda tem metrô lotado,
Sem Malandragem,
Tá tudo errado!
Bate o ponto,
É cobrado,
“Seu Jorge…
Porque tu chegou atrasado?“
“Ô Patrão, não sei o que dizer…”
Pão, café…
Será que comer é o problema?
Ou o problema é o Estado?
Meio-dia,
Bate o ponto,
É o almoço.
A marmita do peão pra aguentar,
Mas um dia de labuta.
Cigarro, café…
Pausa pra respirar…
“Õ , Seu Jorge, vai trabalhar o vagabundear?”
“Pô, Patrão, são só 5 minutinhos…
Eu preciso descansar.“
Bate o ponto,
20 horas.
Metrô, busão lotado, R$4,30…
Mais um dia de agonia,
Não pude ir na padaria,
Hoje a janta não se sabe o que é,
Mas se tirar da marmita,
Amanhã eu não aguento ficar de pé.
Meia-noite.
Vai se deitar Seu Jorge,
Um peão que acorda às 3h pra trabalhar,
- Pão, café cigarro -
Pra poder pagar a marmita de cada dia,
E a noite ficar a revelia,
De pães amassados,
Pelo Endiabrado,
Que decide quem come todo dia,
E quem deixa de se alimentar. “
Inspiração: Poesia escrita e narrada por Companheiro R., em 14 de julho de 2017.
Música: ‘Piano Free’
Assista ao vídeo: https://kolektiva.media/w/opVupuzKp8ifTKTWCVmMu7
“Porque nenhuma fronteira do mundo pode barrar a Revolução Social.”
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